O que é Haiku?


Haiku é um sistema operacional desenvolvido com base no BeOS, porém a partir de código totalmente novo e livre, utilizando a licença MIT. Isso significa que se trata de Software Livre, podendo ser copiado, distribuído, alterado e utilizado livremente, sem pagamento de licenças de software.
O Haiku começou a ser desenvolvido em 2001, assim que foi anunciada a venda da BeOS, Inc. para a Palm. Como suspeitavam os usuários daquele SO, a Palm descontinuou o desenvolvimento do BeOS, deixando-os órfãos e sem atualizações. A partir daí, outros sistemas baseados no BeOS 5 foram criados, como o BlueEyedOS e o ZetaOS. Dentre eles, o Zeta tinha foco na compatibilidade com os aplicativos legados e era baseado diretamente do código original da Be, Inc. Por esses e outros fatores, a empresa que o desenvolvia encerrou suas atividades.
Para evitar problemas como o que aconteceu com o Zeta, foi criado o OpenBeOS, versão em código aberto e totalmente reescrito do zero, sem qualquer relação direta com o código do BeOS. Devido a questões de patente de marca, o nome do projeto mudou para Haiku, numa referência ao tipo de poesia japonesa de 31 sílabas, a qual era utilizada no BeOS para os alertas do sistema.
O núcleo do sistema operacional é derivado do NewOS, desenvolvido pelo ex-engenheiro da Be, Travis Geiselbrecht, sendo definido como "soft-realtime". Assim como o BeOS, sua vocação é para aplicações multimídia, sendo capaz de executar várias instâncias de áudio e vídeo ao mesmo tempo sem apresentar atrasos de exibição e sem gargalos.
Uma das características marcantes do Haiku é não possuir um cursor em forma de ampulheta, muito comum na plataforma MS Windows, pelo fato do sistema nunca ficar ocupado o suficiente para não priorizar uma solicitação do usuário. Por essa razão, é dito que o Haiku é um SO "orientado a usuário".
Quase todos os programas desenvolvidos para o BeOS e Zeta são compatíveis com o Haiku e rodam sem problemas no sistema. Como requerimento de hardware, é suficiente uma máquina com processador Pentium II e 512 Mb de RAM.
Atualmente, o desenvolvimento do Haiku é mantido pela Haiku, Inc., entidade sem fins lucrativos que recebe e administra as doações feitas por voluntários para a sustentação do projeto. Empresas como o Google são contribuidores do projeto e o engenheiro brasileiro Bruno Albuquerque, funcionário do gigante das buscas, é vice-presidente da Haiku, Inc.

História do Haiku
(Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/History_of_Haiku_(operating_system) - tradução nossa)

Começo
O projeto de desenvolvimento começou como “OpenBeOS” em 2001 após a Palm,Inc. comprar a Be Inc. E descontinuar o sistema operacional BeOS, deixando seus usuários sem uma forma de upgrade viável e os desenvolvedores com programas presos a uma plataforma não mais suportada. O OpenBeOS diferia dos muitos outros projetos contemporâneos que objetivavam continuar o BeOS. Por exemplo, Cosmoe e BlueEyedOS (ambos permanecem incompletos e parecem inativos no momento) pegaram um kernel BSD ou Linux existente e reimplementaram APIs da Be acima dele; isto quebrou a compatibilidade do código binário com o BeOS R5 e desviou significantemente do design original. Em contraste, o OpenBeOS planejou uma quase completa reescrita do sistema, mantendo compatibilidade de código fonte e binário. Isto deveria permitir a quaisquer programas do BeOS R5 existentes executar no novo sistema sem precisar ser recompilado.
A primeira versão do OpenBeOS foi feita em 2002. Aquela versão não era um sistema operacional autônomo, mas uma atualização para o BeOS 5.0.3 criada pela comunidade, que continha reposições em código aberto para uns poucos componentes BeOS.
Em 2004 um novo nome para o projeto foi escolhido de maneira a evitar infrigir os direitos de marca comercial da Palm. O nome foi determinado por uma votação oficial comunitária, decidido pelos líderes do projeto e revelado no WalterCon daquele ano. O nome “Haiku” visa refletir a elegância e a simplicidade que atraiu muitos para a plataforma BeOS e é também uma referência direta às peculiares mensagens de erro em forma de haicai (um dos gêneros de poesia japonesa) encontradas no NetPositive, o navegador web padrão do BeOS, e muitos outros aplicativos da Be.
Haiku,Inc., uma organização sem fins lucrativos baseada em Rochester, Nova Iorque, foi fundada em 2003 pelo fundador e líder do projeto Michel Phipps para sustentar o projeto e o desenvolvimento do sistema opercaional Haiku.

Progresso
Em 29 de abril de 2002, o protótipo de servidor de aplicativos do OpenBeOS foi lançado. Ele foi o primeiro lançamento que era capaz de criar janelas.
Um número de marcos maiores foram atingidos em um período de seis semanas entre março e abril de 2005, tais como os primeiros aplicativos gráficos a executar no próprio Haiku (com total aceleração 2D) e o primeiro uso de um navegador web (Links) no Haiku. O sistema não usa quaisquer códigos ou binários pertencentes à Be, Inc., incluindo os drivers usados para as placas gráficas e de rede nos exemplos originais. Outro marco maior foi alcançado em julho de 2005, quando o sistema foi capaz de executar o shell do ambiente de trabalho do BeOS, o Tracker.
Em outubro de 2005, Axel Dörfler, um dos mais prolíficos desenvolvedores do Haiku, tornou-se o primeiro desenvolvedor pago em tempo integral do projeto, trabalhando via fundos doados pela comunidade. Ele trabalhou na inicialização via CD, SMP e outros trabalhos relacionados ao kernel e servidor de aplicativos. Seu emprego continuou até dezembro de 2005, quando os fundos alocados expiraram.
O trabalho no sistema operacional continuou; o Haiku agora podia ser inicializado e era semi-utilizável, entretanto muito trabalho permaneceu antes que um lançamento pudesse ser feito. Funcionalidades de rede e USB estavam sob desenvolvimento pesado, mas o servidor de mídia atrasou atrás de outros componente. O Hiaku ainda era um tanto instável, como se esperaria de um estado de pré-lançamento, como as quebras do sistema eram predominantes, nenhuma data de lançamento foi definida. Como em janeiro de 2006, o desenvolvedor do projeto Stephan Aßmus sugeriu que o nível atual de desenvolvimento, R1, levvaria ao menos um ano ou dois.
Em agosto de 2006, o Haiku celebrou seu quinto aniversário. O desenvolvimento das acima mencionadas funcionalidades de rede e USB continuou rapidamente e esperava-se que, uma vez que ao menos uma dessas duas maiores peças remanescentes do sistema operacional estivesse completa, Haiku estaria apropriado para o uso diário por desenvolvedores e testadores.
Após o novo sítio web ser lançado, uma competição foi iniciada para criar o conjunto de ícones padrão do Haiku. O vencedor foi o conjunto de Stephan Aßmus, “stippi”. Aßmus foi também o desenvolvedor responsável pela ferramenta de criação de ícones do Haiku, Icon-O-Matic, e integrar o formato próprio do Haiku de gráficos vetoriais escaláveis, Haiku Vector Icon Format (HVIF) n Deskbar e no Rastreador (Tracker). Uma implementação parcial do conjunto pode ser encontrada nas últimas versões.
Em janeiro de 2008, uma equipe oficial de Java para Haiku foi criada e foi unanimemente aceita pelo Grupo de Portadores OpenJDK para portar o OpenJDK para o Haiku.
Em abril de 2008, o Haiku tornou-se self-hosting, o que significa que o Haiku pode ser compilado dentro dele mesmo.
Em 31 de janeiro de 2009, o Hiaku recebeu um porte nativo do GCC4; isto permite que aplicativos modernos, como o Firefox 3, sejam compilados no Haiku.
Em 12 de julho de 2009, uma primeira versão de protótipo da pilha WLAN do FreeBSD foi portado para o Haiku, permitindo decriptar conexões sem fio como um primeiro passo.

Haiku R1/Alfa 1 e seguintes
A primeira versão alfa “Haiku R1/Alfa 1” fou lançado em 14 de setembro de 2009.
Em 27 de outubro de 2009, o Haiku recebeu suporte ao Qt4 através de um porte de uma equipe externa ao projeto.
A segunda versão alfa (“Haiku R1/Alfa 2”) foi lançada em 10 de maio de 2010.
Após ter sido distribuído com o porte do Firefox 2 para o BeOS, portes do Links ou do NetSurf, o Haiku tem seu próprio navegador web, o WebPositive.
“Haiku R1/Alfa 3” foi lançado em junho de 2011, apresentando um grande número de melhorias e grandes correções, incluindo suporte tanto ao GCC 2 ou GCC 4 (a utilização deste último sendo desencorajada por razões de compatibilidade).