quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O Guia do Usuário Haiku totalmente traduzido para o Português do Brasil

No dia de hoje (26/12) foi finalizada a tradução do Guia do Usuário Haiku. Como o Niels realiza a atualização dos arquivos semanalmente, é possível que na próxima semana já o tenhamos disponível para acesso.
Com a finalização deste trabalho, as tarefas oficiais de tradução para o português do Brasil foram encerradas, permanecendo apenas as manutenções periódicas conforme as coisas mudem no sistema operacional ou novas páginas sejam incluídas no Guia.
Pretendemos retomar agora a tradução de documentos, artigos e how-tos que não possuem ferramentas específicas para tradução e nem podem ser salvas nas páginas oficiais do Haiku, para que possamos disponibilizá-las aqui e em nosso futuro site.
Gostaria de agradecer a todos que, direta ou indiretamente, tornaram esse trabalho possível e que nos apoiaram nessa grande empreitada.
Aproveitamos o ensejo para também desejar a todos os Haikusiastas Boas Festas e um 2014 pleno de realizações - e, esperamos, com a versão final estável do Haiku R1 instalada nas máquinas de todos nós!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Google salva a pátria, digo, o Haiku mais uma vez

Quando a reserva de doações da Haiku, Inc. estava secando e os desenvolvedores que atualmente estão em contratos vigentes, Adrien Destugues e Pawel Dziepak, já não acreditavam na prorrogação dos mesmos, eis que surge o Google como deus ex machina (ou Papai Noel) e anuncia um novo aporte ao projeto, no valor de US$ 5 mil.
Embora as doações do Google sejam regulares, eles não são líquidos e certos. Neste ano de 2013, foram dois aportes do mesmo valor, totalizando US$ 10 mil. Para uma empresa desse porte, são valores pouco significativos. Contudo, para o projeto Haiku, é a garantia de continuação dos trabalhos em andamento e de que podemos ter, finalmente, uma versão beta no ano que vem.
As doações ao projeto não se restringem ao Google. Doe você também!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Instalando aplicativos no Haiku (na nova hierarquia de pastas)

Traduzimos um pequeno tutorial disponibilizado pelo Humdinger no fórum do Haiku explicando de maneira simples como instalar aplicativos no Haiku R1A4 com Package Manager (PM). Como a criação do PM obrigou à substituição de algumas pastas de sistema, bem como a alteração de acesso de outras, este tutorial é bastante útil tanto para entender como instalar os aplicativos em si, como dá uma fórmula simples de como empacotar usando o novo formato .hpkg.

Instalando aplicativos


Com a recente incorporação do gerenciador de pacotes (obtenha uma nightly image e verifique) algumas coisas mudaram com respeito a instalação de aplicativos. Veja bem, tudo ainda está em evolução, com erros sendo encontrados e corrigidos e funcionalidades sendo refinadas (este artigo foi escrito para a versão hrev46218). Também, tenha em mente que não estou pessoalmente a par das funcionalidades do gerenciador de pacotes. Apreciarei correções, complementos e dicas!

Uma vez que os repositórios e pacotes estejam disponíveis e o HaikuDepot esteja mais completo em recursos, as coisas ficarão mais fáceis. Mas, até lá, eis como entendo as coisas. Existem basicamente três cenários:


1. Um novo pacote .hpkg correspondente

Se instalado automaticamente via HaikuDepot, por exemplo o WonderBrush, ou baixado de algum site. Ao usar o HaikuDepot, tudo estará configurado. Se baixar algo mais, apenas mova o arquivo .hpkg para dentro de ~/config/packages/ e (no caso de um aplicativo) ele aparecerá em ~/config/apps/.


2. Um “velho” arquivo autônomo

Estes vem tradicionalmente de sites como BeBits ou Haikuware na forma de uma pasta zipada. Como antes, você pode descompactar em qualquer lugar em /boot/home/ (exceto ~/config/ que é apenas leitura) e carregar o aplicativo do mesmo jeito que fazia antes do gerenciador de pacotes.


3. Um “velho” arquivo compactado que tem arquivos para espalhar

Este é o caso onde você costumava descompactar o arquivo em qualquer lugar e tinha que executar um script de instalação ou copiar alguns arquivos para locais especiais. Pensem em protetores de tela, tradutores e coisas semelhantes. Uma vez que a hierarquia do sistema de arquivos foi ligeiramente alterada e algumas pastas tornaram-se apenas leitura, aqueles aplicativos não mais funcionam facilmente. Você tem duas escolhas para fazê-los funcionar:


3.1 A pasta non-packaged

Em ~/config/non-packaged/ você pode recriar a hierarquia de arquivos necessária. Tomemos como exemplo a muito conveniente ferramenta TextBank, que oferece um histórico e modelos da área de transferência. Após descompactá-la para ~/config/non-packaged/apps/ você pode carregar o TextBank, mas ele ainda não fará nada. Os adicionais input_server TextBankAssistantPasteSender e TextBankAssistantSpy não estarão ainda no lugar certo no sistema de arquivos e portanto não serão carregados pelo sistema.

O TextBank se oferece para instalar aqueles arquivos em suas preferências, mas desde a mudança de hierarquia por causa do gerenciamento de pacotes, isso não funciona mais. Você terá que fazer isso manualmente, criando as pastas necessárias e copiando o arquivo correspondente:


~/config/non-packaged/add-ons/input_server/devices/TextBankAssistantPasteSender

~/config/non-packaged/add-ons/input_server/filters/TextBankAssistantSpy


Na próxima vez que reiniciar (ou restartar o input_server pelo Terminal com “/system/servers/input_server -q”) ele deverá funcionar.


3.2 Fazendo-o dentro de um pacote .hpkg correspondente

O método da pasta non-packaged é um pouco incômodo se você está atualizando seu sistema do zero frequentemente. Eis como criar um .hpkg do TextBank:

Crie uma pasta qualquer “PastaQualquer” e acrescente nela as subpastas “apps”, “add-ons/input_server/filters/” e “add-ons/input_server/devices/”.

Então descompacte o arquivo TextBank em “apps” e mova "TextBankAssistantPasteSender" e "TextBankAssistantSpy" para as pastas correspondentes recém-criadas.

Agora, a parte mais difícil, você tem que criar o arquivo de texto “.PackageInfo” na pasta pai “PastaQualquer”. A sintaxe exata desse arquivo é descrita na wiki do PM. Além disso, arquivos .hpkg abertos no Expansor (marque “Mostrar Conteúdo”) pode ser educativo. Ele mostrará algo assim:


name                    textbank_x86
version                 5.3.2-1
architecture            x86_gcc2
 
summary                 "A tool to provide clipboard history and more"
description             "Useful text provision tool (Clipboard history/template/time & date...)"
 
packager                "Humdinger "
vendor                  "SHINTA"
 
copyrights              "SHINTA"
licenses                "MIT"
 
provides {
                        textbank_x86 = 5.3.2-1
}
 
Observe, a licença é na verdade Creative Commons, mas este não existe ainda em /system/data/licenses/.
Você pode criar a sua própria, naturalmente, mas isso nos desviaria deste exemplo educativo.
Espero que SHINTA não exista... :)
Finalmente, vamos criar o arquivo .hpkg em si. Abra um Terminal em “PastaQualquer” e digite:
 
package create -b textbank.hpkg
 
Isso cria um pacote vazio com apenas o .PackageInfo. Continue com:
 
package add textbank.hpkg apps add-ons
 
E voilá! Ponha-o dentro de ~/config/packages para instalar e o TextBank irá aparecer em ~/config/apps/.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Novidades do WebPositive [2]

Adrien Destugues, aka Pulkomandi, continua trabalhando duro na atualização do WebKit e consequentemente no WebPositive. Com o contrato firmado mês passado, ele está completamente dedicado a esse trabalho e já conseguiu avançar bastante na atualização do navegador nativo do Haiku. Segundo seus relatos, encontrados na blogosfera da página oficial do Haiku, ele já conseguiu conferir ao Web+ a capacidade de memorização de cookies, acesso a páginas como Outlook.com e mail.google.com, entre outros. Também houve relato de conseguir acessar web chat e outras funcionalidades não encontradas nas versões anteriores do Web+.
Entretanto, a versão de testes disponibilizada ainda apresenta alguns bugs na autenticação HTTP, fora outros possíveis problemas não relatados. Portanto, é importante colaborar com o trabalho do Adrien, baixando o novo Web+ e testando num nightly build mais recente possível.

CMake, Ninja e outras ferramentas
Para poder desenvolver seu trabalho, Pulkomandy teve que portar versões atualizadas do CMake (no lugar do Jam, para compilar o WebKit), do Ninja (uma ferramenta de tempo de execução simples e rápida), além de realizar diversas alterações em componentes de sistema, como o Services Kit, o Network Kit e Shared Kit, especialmente no suporte a regex. Todo o trabalho está sendo documentado e está sendo construída uma grande colaboração no Haiku Book através desse esforço.
No fim das contas, apesar do imenso trabalho, os frutos são significativos para todos, usuários e desenvolvedores.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Haiku R1 deve ter nova release candidate nas próximas semanas

Após diversas discussões sobre se a próxima versão do Haiku seria um beta, ao que parece teremos mesmo um novo alfa. Esta semana, Niels publicou na lista de discussão dos desenvolvedores uma chamada para candidatos a gerente de release para o que deve ser o Haiku R1 Alpha 5. As características exigidas para os candidatos encontram-se descritas na própria mensagem e também no Wiki dos desenvolvedores do Haiku.
Segundo a nota, após o merging do ramo do Package Manager no tronco de desenvolvimento principal do Haiku, estima-se que em duas semanas o mesmo entre no modo release. O lançamento do suposto Alpha 5, porém, é estimado para janeiro do ano que vem.
Este anúncio acontece um mês depois da suposição publicada por Humdinger de que a partir do BeGeistert 027, realizado em setembro passado, teríamos ainda este ano o lançamento da versão beta e, em 2014, a tão aguardada versão final.

E o Beta?
Anteriormente, tinha-se como milestone para o lançamento da versão beta justamente a conclusão dos trabalhos em cima do PM. Entretanto, após uma série de discussões envolvendo as limitações técnicas do navegador Webpositive, especialmente a falta de suporte ao HTML5, definiu-se para o beta a resolução desse e de outros problemas de usabilidade do sistema. Como acordado há vários anos pelos desenvolvedores, uma versão final do Haiku só pode ser lançada quando o sistema estiver pronto para ser utilizado em produção por usuários finais. E é bastante conhecido da comunidade o quanto os desenvolvedores são rígidos quanto a essa premissa. Não é à toa que, mesmo depois de 12 anos de desenvolvimento, o Haiku ainda esteja em fase alfa.
Enquanto o novo alfa não é lançado, os colaboradores da comunidade podem ir experimentando, através das nightly builds, o gostinho do Haiku com o PM que, segundo os desenvolvedores, está recebendo refinamentos para começar a funcionar plenamente com os HaikuDepots a partir da nova versão. No momento, já é possível instalar alguns aplicativos atualmente disponíveis nos Depots oficiais.

Novidades do WebPositive

O navegador web do Haiku, WebPositive ou Web+, deve apresentar grandes novidades nos próximos meses. PulkoMandy anunciou em seu blog que voltou a dedicar-se "full time" ao desenvolvimento do Haiku e está particularmente trabalhando com o navegador, juntamente com o Hamish Morrison, autor do porte do OpenJDK para o Haiku durante o Google Summer of Code de 2012.
Muitas das observações colocadas por PulkoMandy foram rebatidas pelo Stephan Aßmus (Stippi), especialmente sobre as supostas limitações do cURL e entendimento geral de PulkoMandy sobre a relação Web+/Services Kit/WebKit. Stippi foi responsável, no passado, pela manutenção do Web+.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Fórum do GUH-BR

Este é o ícone da página do fórum do Grupo de Usuários Haiku - Brasil, que está no ar a partir de hoje! Trata-se de mais um espaço de interação da comunidade haikusiasta do Brasil, onde poderemos tirar dúvidas, compartilhar conhecimentos e dicas, divulgar eventos, etc. Acesse-o a partir do menu no lado direito da página e faça parte desta história! Be different!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Não é apenas pelo dinheiro: Kickstarter para o Haiku

Recentemente começou uma longa discussão no fórum da página oficial do Haiku sobre lançar (ou não) uma campanha no Kickstarter para angariar fundos para o projeto. Entre as argumentações, a necessidade de acelerar o desenvolvimento, a difusão, a criação de uma "HaikuBox", entre outras sugestões. Particularmente, concentrei minha atenção nas colocações do Ryan Leavengood, tesoureiro da Haiku, Inc. Ele expressou que já havia pensado no assunto há algum tempo, mas precisava amadurecer algumas questões, como qual projeto desenvolver para atrair investidores que ainda não usam/conhecem o Haiku, qual o montante a angariar, como divulgar a campanha para o público potencial, etc.
A discussão também trouxe à tona algumas informações que geralmente são desconhecidas inclusive da comunidade não envolvida em desenvolvimento: os valores envolvidos nos contratos de dedicação exclusiva ao Haiku, pagos pela Haiku, Inc.; a motivação (ou não) dos desenvolvedores para assumir contratos dessa natureza; o porquê de não contratar desenvolvedores externos para estas tarefas, etc.
Resumo da ópera: a questão não é apenas dinheiro. A Haiku, Inc. possui recursos em caixa para sustentar mais dois contratos de exclusividade até o fim do ano, já agendados e previstos. As arrecadações feitas através do Bounty são suficientes para as necessidades atuais do projeto, no ritmo em que se encontra. Naturalmente que com mais dinheiro e desenvolvedores dispostos a dedicar mais tempo, as coisas acelerariam muito mais.
A respeito de uma possível "HaikuBox", muitas sugestões foram levantadas, especialmente mini-pcs com processadores Intel Atom ou ARM que servissem como servidores multimídia. Uma das sugestões que mais agradou foi o encapsulamento de uma placa Raspberry Pi numa case com a logo do Haiku. O grande problema em desenvolver um hardware dessa natureza está no desenvolvimento recente e, portanto, incipiente da versão do Haiku para a plataforma ARM. O Alexander von Gluck está encabeçando o subprojeto, aparentemente sozinho, e vem realizando progressos lentos, principalmente por conta da proximidade da versão beta para a plataforma Intel x86.
O fato é que ser desenvolvedor/colaborador do Haiku é uma questão mais de paixão pelo SO: no último contrato firmado, Ingo e Oliver acordaram um valor de EUR 2.000 por 160 horas de trabalho, o que dá EUR 12,50 por hora trabalhada. Num ambiente de recessão e altos impostos que vigora hoje na Europa, é um valor baixo, segundo Leavengood. Para comparar, ele mesmo recebe seis vezes esse valor por hora em contratos de trabalho nos Estados Unidos, desenvolvendo em Ruby on Rails.
Campanhas para o Kickstarter, a exemplo do que aconteceu com o Ubuntu Edge, precisam ser bem dimensionadas, factíveis, oferecer um produto que atenda ou supere as expectativas dos doadores e sejam entregues no prazo acordado. Com uma equipe pequena de desenvolvedores, fica difícil defender prazos mesmo que se tenha muito dinheiro em mãos. São bastante comuns os casos de projetos que conseguiram os valores almejados mas que não concluíram o produto, seja por mal dimensionamento dos custos, seja por falta de capacidade da equipe de desenvolvedores em entregar o produto no prazo. Deixar os doares na mão é um péssimo negócio para projetos com comunidade pequena, como é o caso do Haiku.
Esta semana conversei por e-mail com o Stephan Aßmus (aka Stippi), um dos principais desenvolvedores do Haiku e que possui uma empresa, a DramaQueen Gmbh, que desenvolve um aplicativo gerador e gerenciador de roteiros para cinema, sobre o porque do DramaQueen não possuir um porte para o Haiku. Para exemplificar, há cerca de um mês foi lançada uma versão do aplicativo para Linux. Segundo Stippi, o DramaQueen é desenvolvido utilizando o SWT do Eclipse, uma API Java que não possui suporte no Haiku. Apesar do porte feito no ano passado do OpenJDK, o suporte a Java no Haiku ainda não é completo e possui alguns problemas que o inviabilizam nas recentes nightly builds. É possível desenvolver para Java e rodar alguns aplicativos básicos usando o pacote developmentjava do installoptionalpackage, mas é só. Aplicativos mais robustos, como o próprio DramaQueen e o Storybook (voltado para escritores de livros), dependem de um suporte maior do Java para rodar redondo no Haiku.
Voltando à discussão inicial, Leavengood também tocou num assunto importante: o visual da interface gráfica do Haiku. Ele compartilha da mesma opinião de alguns usuários e simpatizantes: o visual retrô do Haiku afasta os novatos. Uma facelift do Rastreador (que, em última instância, é o "gerenciador de janelas" do sistema) seria mais do que bem vinda, acompanhada de um suporte nativo a composite - e junto com ele, transparências.
Eu acredito no grande potencial do Haiku em ser um poderoso sistema operacional para estação de trabalho gráfica e de multimídia, assim como seu concorrente histórico, o MacOS. Após o lançamento da versão R1 final, tudo indica que o desenvolvimento se voltará para a plataforma Intel x86_64 e para o ARM, abraçando os atuais padrões de mercado. Ou seja, a modernização do sistema depende de atingir, primeiro, o grande objetivo de Michael Phipps ao criar o OpenBeOS, que era ter total compatibilidade binária com o BeOS R5. A tarefa está quase concluída, falta pouco.

Haiku: Gerenciador de Pacote – Fazendo as Coisas Certas

Na esteira do assunto do momento, que é o gerenciador de pacotes do Haiku, traduzimos o artigo do Phillipe Saint-Pierre para o Unixmen que trata sobre o assunto. Uma pequena introdução para que nos preparemos para o que vem por aí.

Haiku: Gerenciador de Pacote – Fazendo as Coisas Certas
Escrito por Phillipe Saint-Pierre em 11 de junho de 2013

A comunidade Haiku está vivendo um momento muito peculiar estes dias. Eles estão testemunhando a criação do seu Gerenciador de Pacote. Considerado geralmente como a última peça faltante antes do Beta, a Haiku, Inc. atribuiu recentemente dois contratos que permitem trabalho em tempo integral neste subprojeto.
Enquanto isso, aqui está uma apresentação de como se espera que funcione:
Primeiramente, para responder a uma potencial pergunta frequente (PFAQ?), não, não é reutilizar outro formato de pacote do mundo do código aberto. Seguindo a filosofia do Haiku (e do BeOS), eles fomentam fazer as coisas certas. «Teria sido mais rápido» não é um argumento válido aqui. Realmente, várias decisões teriam sido tomadas diferentemente se fosse apenas considerado o tempo. Ao invés disso, uma solução baseada em sistema de arquivos foi criada, sendo tanto elegante como simples.
Então, como o Gerenciador de Pacote trabalha? É bastante simples. Como muitos sistemas, o Haiku permite processos para observar o conteúdo de certos diretórios. Assim, o Gerenciador de Pacote observa o conteúdo de muitos diretórios predeterminados e recebe eventos quando arquivos são adicionados ou removidos deles. Você colocaria o arquivo do pacote dentro de /boot/common/packages para uma instalação para o sistema inteiro ou /boot/home/config/packages para uma instalação para usuário único (a propósito, este último pode não fazer muito sentido uma vez que o Haiku é ainda um SO monousuário, mas é uma evidência futura).
Então, quando um pacote é movido para dentro de um daqueles diretórios, o Gerenciador de Pacote toma nota. Ele olha se existem quaisquer dependências faltantes e o conteúdo é então virtualmente extraído dos diretórios adequados. Virtualmente sim, porque /boot/common é um ponto de montagem de um sistema de arquivos chamado packagefs e seu conteúdo é realmente a união do todos os arquivos de pacotes em seu subdiretório de pacote. Em outras palavras, em /boot/common você verá os arquivos contidos em todos os arquivos HPKG situados em /boot/common/packages, e o mesmo pode ser dito para /boot/home/config.
Este processo de instalação pode ainda ser feito manualmente ao colocar aqueles arquivos utilizando o explorador de arquivos (copiar-colar, baixar diretamente para aquela localização) ou com a ajuda de uma ferramenta. Ou seja, o “mecanismo atrás dos bastidores” é igual.
Também, como você pode adivinhar, para remover um pacote, pode-se simplesmente remover arquivo do pacote de seu diretório de “pacotes” (seja ao eliminar o arquivo ou movê-lo para outra pasta). O daemon do gerenciador de pacote gerenciará casos onde dependências que foram instaladas com o pacote removido já não são requeridas e oferecer para limpar seu sistema.
Se você está interessado em aprender mais sobre este novo Gerenciador de Pacote, a principal fonte de informação sobre a matéria é o Wiki. Lá, você encontrará links para o repositório onde o código está sendo trabalhado, as especificações do formato de arquivo e políticas sobre como construir um pacote. Ele já é testável e a lista de pacotes disponíveis está crescendo. Ele deve ajudar desenvolvedores externos a tentar portar seus softwares e empacotá-los para o Haiku.

Fonte: Unixmen

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Haikusiasta 001: 24 de agosto

Apesar de quase termos adiado a realização do nosso encontro este ano, o desejo da comunidade foi mais forte e resolvemos realizar o nosso Haikusiasta 001 aos moldes do Haiku Down Under da Austrália: será através de Google Hangout no dia 24 de agosto, sábado, a partir das 19 horas. Neste encontro, discutiremos o estágio atual do Haiku, a participação da comunidade brasileira no seu desenvolvimento e os próximos passos.
Com a proximidade da versão beta, que poderá ser anunciada logo após a realização do BeGeistert em setembro, será a oportunidade de nos conhecermos, ainda que virtualmente, nos atualizarmos e decidirmos o destino da comunidade.
Uma das grandes necessidades do Haiku, hoje, é o incremento de sua equipe de desenvolvedores ativos. Não é à toa que a versão alfa do Haiku R1 tenha durado cerca de 13 anos: com entusiastas trabalhando no projeto em suas horas vagas, cada vez mais raras, o amadurecimento do SO só tomou celeridade nos últimos cinco anos, quando começou a ser apoiado pelo Google Summer of Code e conseguiu verba para contratar alguns dos principais desenvolvedores por tempo integral, como é o caso do HaikuDepot. Existem ainda muitos pontos a serem resolvidos, como suporte a dispositivos apontadores - mesas gráficas, em especial - aplicativos modernos, suporte completo a wireless - a Broadcom ainda não é suportada, etc.
Assim, acreditamos que o Haiku pode ser uma boa plataforma para jovens estudantes de programação se divertirem. O suporte a yab (Yet Another Basic), Free Pascal, Lua, Java, Qt e outras linguagens/frameworks faz do Haiku um ambiente de desenvolvimento bastante eclético.
Portanto, estamos esperando por você em nosso encontro! Junte-se a nós e participe da história do Haiku!

BeGeistert 027: a caminho da versão beta

Humdinger publicou na lista de discussão dos desenvolvedores o convite para o BeGeistert 027, o encontro anual e mundial de usuários e desenvolvedores do Haiku. O evento ocorrerá entre 13 e 19 de setembro próximo, para variar, no Youth Hostel em Düsseldorf, Alemanha, sendo que, também pra variar, na semana de 16 a 19 ocorrerá o Code Sprint, onde os desenvolvedores se reunirão para agilizar pendências e definir rumos.
Por falar em definir rumos, a novidade alvissareira do BeGeistert deste ano está nesta frase do Humdinger:
"With the package management coming along so nicely due to the currently running contracts, this BeGeistert may mark Haiku's transition into beta stage. Join us in celebrating and heaving its big lump over the last hurdles!"
Ou seja, tudo indica que o evento será o marco da transição da fase alfa, que dura longos 12 anos, para a fase beta.
Para registro e maiores informações, basta acessar o sítio do evento.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

HaikuDepot: o gerenciador de pacotes do Haiku

Nos últimos dias, a movimentação no Git do Haiku tem sido intenso com um nome em comum na maioria dos commits: HaikuDepot. Numa tradução literal, significa "Armazém (ou Depósito) Haiku". A discussão do nome ocorreu no mês de junho - onde o termo Depot foi sugerido, entre outros termos, como Vallet - e eu não havia acompanhado com muita atenção, mas com as recentes atualizações ocorridas nos nightly builds, ficou claro que se trata do gerenciador de pacotes.
Também com base nas informações apresentadas no log do Git, dá a entender que a interface gráfica terá um visual muito parecido com o oferecido pelo Central de Programas do Ubuntu, com screenshots dos aplicativos e suporte ao Package Kit.
Por enquanto, as novidades não foram divulgadas publicamente, mas o que se vê nos logs agrada aos olhos! Para entender a importância desse trabalho para o Haiku como um todo, a conclusão dele é um dos fatores para o lançamento da versão final do Haiku R1. Um outro fator é a conversão dos aplicativos existentes para o formato de empacotamento PKG.
Atualização: uma sugestão de visual para a interface gráfica do Package Manager foi apresentada pelo Humdinger no mês de junho no fórum oficial.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Encontro do HUG Austrália acontece dia 18/08

O "Haiku Down Under" é um encontro anual do HUG da Austrália que acontece pela sexta vez. Usuários e desenvolvedores australianos discutirão acerca do estágio atual do Haiku, próximos passos e a participação da comunidade local. Com o apelido de "Computer ChaOS", o encontro deste ano será por meio virtual, conforme informações no sítio oficial.
O evento começa às 10 da manhã a partir de Brisbane, Austrália (21 h pelo horário de Brasília) e vai até o meio-dia (23 h BSB).
Curiosidade: "(Land) Down Under" ((terra) lá de baixo) é o título de uma das mais famosas músicas da banda australiana Men At Work, sucesso mundial na década de 1980 e considerada um hino não oficial da Austrália. "Haiku Down Under" pode ser traduzido como "Haiku (da Terra) lá de baixo" ou "Haiku australiano".
Contatos com o Sikosis.
Fonte: Haiku-os.org

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Guia básico de Git: git-start

Mais uma notícia para quem é ou está pensando em tornar-se desenvolvedor, no Haiku ou em outros projetos: Fernando Damião liberou um guia básico de uso do Git em português do Brasil. Para quem não conhece, o Git é um dos sistemas de versionamento mais usados no mundo do software livre e o projeto Haiku não é exceção. Desenvolvido pelo próprio Linus Torvalds em 2005, este programa é conhecido por sua velocidade na atualização dos diversos branches de um projeto, bem como pela sua robustez.
O guia está disponível tanto pelo GitHub quanto em versão Web. No GitHub é possível baixar uma versão em PDF para leitura offline.
Fonte: Br-Linux.org

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Curso livre de introdução à linguagem Lua

A linguagem de programação Lua, desenvolvida por brasileiros, vem ganhando destaque nos últimos anos por seu emprego especialmente em desenvolvimento de jogos. É considerada bem mais rápida que seus congêneres Python e Ruby, além de possuir uma boa integração com linguagens já consagradas como C e C++. No Haiku, está disponível para desenvolvimento de jogos simples, tendo como interpretador o EGSL (Easy Game Scripting with Lua). Como exemplo de aplicação, encontra-se disponível no Haikuware o jogo Spaceshooter.
Para os curiosos que desejarem conhecer um pouco mais sobre esta linguagem, encontra-se disponível no Learncafe o Curso Livre de Introdução à Linguagem Lua. As inscrições são gratuitas e o conteúdo tem carga horária de 20 horas. A realização do curso dá direito a certificado. Pode não servir muito para o currículo, mas ajuda a dar um pontapé inicial para se aprofundar posteriormente nos manuais e fóruns da vida...

terça-feira, 16 de julho de 2013

Problemas técnicos colocaram Haikuware e BeBits fora do ar

Durante a semana passada, os sites Haikuware e BeBits, principais repositórios de programas para o Haiku, estiveram fora do ar. Como não houve comunicação do mantenedor dos sites, Karl von Dorff, à comunidade sobre o ocorrido, muita especulação rolou na lista de discussão do Haiku, o que ensejou por parte de Karl a emissão deste comunicado, após a solução do problema. Na mensagem, ele explica que se tratava de um problema sério com os servidores, que a solução não era simples e demandava um tempo que, naquele momento, ele não tinha e convida toda a comunidade a colaborar com a manutenção dos serviços através de doações via Paypal.
É importante ressaltar que von Dorff vem mantendo sozinho os sites desde 2007, sem contribuições. Pelo contrário, ele tem apoiado diversas iniciativas que favorecem o Haiku, como o Gallium. As despesas com a manutenção dos sites giram em torno de 588 euros (cerca de R$ 1.760)/ano. No referido comunicado, ele informa que pretende dar uma repaginada no Haikuware, de forma a torná-lo mais amigável.
Na lista de discussão, comentários acalorados alimentam um debate sobre a realização de doações de cerca de 1 euro por cada participante - supondo que a comunidade tenha aproximadamente 600 participantes no mundo inteiro. De minha parte, pretendo doar o equivalente a 10 euros. É o mínimo que posso fazer por um serviço que dá vida ao Haiku - imaginem instalar o SO e não ter disponível outros aplicativos para torná-lo mais interessante!
Atualização: Em apenas dois dias em que a campanha foi colocada no ar, Karl conseguiu arrecadar mais do que necessitava para manter os serviços por um ano inteiro! Com isso, ele postou uma mensagem de agradecimento, informando que os valores excedentes seriam utilizados para custear a manutenção dos servidores no exercício seguinte (2015). Essa é uma prova da força de uma comunidade que, embora pequena, é coesa e sabe se mobilizar. Parabéns para todos nós da comunidade do Haiku!

sábado, 6 de julho de 2013

Aumentam os portes para o Haiku: agora vai?

O número de portes de aplicativos, especialmente os desenvolvidos em Qt, para o Haiku tem aumentado nos últimos três meses. A causa se deve à atuação mais intensa de dois desenvolvedores: o polonês cognominado StreaK X e o italiano Giovanni Mugnai.
Não que os demais desenvolvedores estejam parados: Ingo Weinhold e Oliver Tappe estão trabalhando em cima do novo gerenciador de pacotes do Haiku - ainda sem nome definido e cujo contrato de dedicação dos desenvolvedores foi ampliado para mais três meses, indo até setembro deste ano - e os demais permanecem batalhando para lançar o mais breve possível a versão final do Haiku R1, embora este último dependa da conclusão do primeiro.
Contudo, um SO sem bons aplicativos não chama a atenção de novos desenvolvedores, nem de potenciais usuários. Com o porte do Qt 4.8.5 para o Haiku, facilitou-se em muito trazer para o SO aplicativos já existentes na plataforma GNU/Linux, além de permitir o desenvolvimento de novos aplicativos para o Haiku, como fez StreaK X com seu Haiku Radio, um player de rádio online desenvolvido em Free Pascal via o recém portado Lazarus.
Semanalmente, novos aplicativos têm aparecido no Haikuware: recentemente foram os já citados Haiku Radio e Lazarus for Haiku, além do Internet Surfboard (navegador web semelhante ao Google Chrome, que utilizo neste momento para escrever este post), Little Writer (um editor rich text que suporta inclusão de imagens e exporta para PDF, ODT, TXT e HTML), diversos aplicativos de notas, alguns com suporte a serviços na nuvem, tipo Evernote, jogos, editores para desenvolvimento, etc. A lista é grande e a importância dos aplicativos vai muito do gosto de cada usuário.
Toda esta movimentação vem reforçando um sentimento que tenho cada vez que leio as mensagens nas listas de discussão do Haiku: estamos caminhando cada vez mais rápido para uma versão final do Haiku R1. Depois de 12 anos de desenvolvimento, considerado muito lento se comparado a projetos mais movimentados, como o GNU/Linux, tem-se a sensação de que até 2014 veremos a versão final estável do SO.
Ainda não é possível afirmar uma data - nem mesmo os principais desenvolvedores se arriscam a dar um palpite - mas tudo caminha para os finalmentes em muito breve. Também não se sabe se o Haiku emplacará como um SO de comunidade grande ou se permanecerá como um sistema de nicho, um "toy OS" como o chamam os detratores.
O que se observa, entretanto, é que ainda falta muita coisa a ser refinada: os navegadores baseados em Qt possuem um bug chato que não reconhecem corretamente os acentos das línguas latinas, causando erros de digitação ou acrescentando sinais indesejados, isso quando simplesmente não travam do nada e nos obrigam a fechar a janela do navegador; apesar do bem vindo porte do Scribus e o desenvolvimento inicial do Little Writer, o sistema não possui uma suíte de escritório que se compare a um LibreOffice - uma opção seria o Calligra, entretanto ele exige uma runtime do KDE que não pode ainda ser portado para o Haiku; sem o gerenciador de pacotes definido, a instalação de programas ainda é nebuloso para quem está acostumado às facilidades de uma Central de Software do Ubuntu ou aos instaladores gráficos das demais distros GNU/Linux; para mim, em especial, incomoda ainda mais não ter minha tablet gráfica Wacom Intuos4 suportada nativamente pelo sistema, quando no SO do pinguim praticamente todas as mesas digitalizadoras, sejam ou não Wacom, são suportadas diretamente pelo kernel.
Nesse ponto, fica justamente o princípio que sempre defendo: de que o Haiku deveria seguir sua vocação multimídia, herdada do BeOS, e dar total suporte aos dispositivos voltados para essa área. O mercado demanda esse tipo de suporte e isso atrairia grandes desenvolvedores, empresas ávidas em oferecer produtos pagos para esse setor - algo que não conflita com o pensamento dos desenvolvedores do Haiku.
Independentemente destes detalhes, o fato é que o Haiku amadurece a olhos vistos e os desenvolvedores já começam a discutir funcionalidades que deverão ser incluídas na futura versão R2. É bem certo que ressuscitem o projeto Glass Elevator, que deve dar uma cara mais moderna ao sistema, melhorando o suporte a composite e atualizando o visual da Área de Trabalho. A participação da comunidade é bem vinda e sugestões, ideias e novos projetos são vistos pela equipe de desenvolvimento com bons olhos. Nossa equipe de tradução para o pt_br também está precisando de ajuda e agradece a colaboração de todos - recebemos sugestões de alguns usuários do Potter, aos quais agradecemos imensamente.

terça-feira, 26 de março de 2013

O SMPlayer chega ao Haiku

Aos poucos o Haiku vem ganhando reforços em seus repositórios de aplicativos, agradando os usuários atuais e dando fôlego para apresentar o sistema para os novatos.
Em mais um trabalho de porte do Giovanni Mugnai, o SMPlayer, conhecido frontend gráfico para o igualmente conhecido MPlayer, chega ao Haiku atualizado. Como de praxe, o aplicativo está disponível no Haikuware. Ao ser instalado, oferece também a instalação de um minibrowser que permite acessar o YouTube e baixar ou rodar diretamente no SMPlayer os vídeos disponíveis. Também na instalação é possível definir se o player padrão será o SMPlayer ou se mantém o MediaPlayer.
Para os fãs de jogos, também foram disponibilizados pelo Christian Albrecht (aka Lelldorin) Brickmaster (clone do Arcanoid feito no EGSL) e 1945 (clone do World War 2). No ritmo em que as coisas andam, 2013 tem tudo para ser o ano do Haiku. ;D

sexta-feira, 15 de março de 2013

Qupzilla 1.4.0 e qBittorrent disponíveis no Haiku



Giovanni Mugnai (Giova84) continua trabalhando a todo vapor no porte de aplicativos baseados na biblioteca Qt para a plataforma Haiku. Após anunciar o porte do Scribus, hoje ele nos brindou com a liberação dos portes do Qupzilla 1.4.0 e do qBittorrent.
O Qupzilla é um navegador web multiplataforma que utiliza o engine Webkit (o mesmo utilizado pelo Google Chrome e pelo Web+) e o Qt. Sua vantagem em relação ao navegador nativo Web+ são algumas ferramentas e extensões disponíveis, como o AdBlocks, a exibição de previews das páginas mais acessadas e possibilidade de salvar senhas de páginas acessadas por usuário, entre outras.


Já o qBittorrent, como o nome já diz, é um cliente P2P para a troca de arquivos. Foi o primeiro cliente P2P a oferecer suporte aos Magnet Links, altamente utilizados pelo The Pirate Bay. Além disso, possui ferramenta de pesquisa na Web integrado e sistema tipo streaming para download e exibição de arquivos de áudio e vídeo.
Se alguém estava reclamando da falta de aplicativos atualizados para o Haiku, o Giovanni está dando uma resposta à altura.
Só podemos dizer, em bom italiano: "Più forte, Giova!"

Voptop Beta 1.2.0 - Um cliente "Skype style" para o Haiku


Foi disponibilizado esta semana no Haikuware a versão beta 1.2.0 do Voptop, um cliente de VoP2P, instant messaging e transferência de arquivos por meio de uma rede descentralizada (P2P). Ele permite telefonia anônima em redes fechadas usando tecnologia Voice over Peer to Peer, seja através de computadores ou de smartphones utilizando a Internet. Seu uso é gratuito.
O conceito do Voptop foi desenvolvido na tese de bacharelado do desenvolvedor, Robert Stiehler. Como toda rede P2P, ele usa o conceito de "peers", que podem ser os próprios clientes Voptop. Os pacotes de dados/voz viajam de peer a peer até chegar no destino, sendo encriptados para que os peers não tenham acesso sem permissão.
Apesar de ser um cliente de telefonia via Internet, ele não acessa as redes do Skype e outras centralizadas. Até o momento, só existem clientes para ele na plataforma Haiku, embora estejam previstos para os SOs mais conhecidos, inclusive iOS e Android. Ou seja, uma outra opção de comunicação além do Caya.

domingo, 3 de março de 2013

Pensando no R2

Mês passado um dos tópicos mais concorridos da lista de discussão dos desenvolvedores foi a respeito da interface de usuário do Haiku. Como é sabido pela maioria dos haikusiastas, a versão R1 objetiva ser uma continuação do BeOS R5, com total compatibilidade binária. Este foi o objetivo estabelecido por Michael Phipps ao dar início ao projeto OpenBeOS e, nesta versão R1 Alpha 4, o objetivo foi quase que completamente atingido.
O problema, porém, é que ficar amarrado ao passado glorioso do BeOS impede o Haiku de alçar voos mais altos, especialmente pelas limitações técnicas impostas pela maiorias dos aplicativos legados, os quais foram construídos sobre o GCC2, já completamente obsoleto. Para ter condição de fazer frente a necessidades atuais de desenvolvimento para plataformas de hardware mais modernas, foi necessário lançar mão de uma "gambiarra", o GCC4 híbrido.
Boa parte dos desenvolvedores, especialmente os mais recentes ao projeto, defendem a retomada do projeto Glass Elevator, uma referência à obra do escritor inglês Roald Dahl, continuação de sua mais famosa obra, A Fantástica Fábrica de Chocolate. No Haiku, o projeto Glass Elevator atende às demandas antigas de usuários que gostariam de ver um SO de design mais moderno e totalmente antenado com as atuais premissas de hardware e software, mas sem perder as características que fazem do Haiku um sistema único.
Segundo Ryan Leavengood, líder dos desenvolvedores, algumas das angústias dos desenvolvedores e usuários, que não necessitam de mudanças profundas na API do sistema, podem ser implementadas até o lançamento da versão final do R1. As demais, mais radicais, podem esperar até o lançamento das primeiras versões da R2.
O fato é que já foi lançada a proposta de criação de um ramo separado para a versão R2 ainda este ano. Uma vez que já temos um ramo específico para a plataforma Intel x86_64, as coisas podem ficar ainda mais interessantes para desenvolvedores e usuários em 2013.
Quem tiver sugestões e ideias, seja no design, seja com novos e poderosos aplicativos, agora é a hora! Entre em contato conosco.

sábado, 2 de março de 2013

Yes, nós temos Scribus!


Sim, senhores! Giovanni Mugnai disponibilizou mês passado no Haikuware uma versão portada do Scribus, algo muito esperado pela comunidade de usuários do Haiku. Afinal, trata-se de um dos aplicativos de desktop publishing mais aclamados do mundo GNU/Linux e certamente um grande reforço para o leque de aplicativos disponíveis para a plataforma Haiku.
Maiores detalhes sobre este porte podem ser conferidos no próprio Haikuware e também na lista de discussão do Haiku.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

BeGeistert 027 & Coding Sprint

Humdinger sinalizou na lista de discussão geral a possível data de realização do BeGeistert 027, o tradicional encontro anual de programadores e usuários do Haiku: entre os dias 13 e 19 de setembro deste ano, no Youth Hostel em Dusseldorf, na Alemanha. Na verdade, o BeGeistert acontece apenas no fim de semana (13 a 15), sendo que os demais dias são reservados para o coding sprint, momento em que os desenvolvedores se reúnem para trabalhar em cima de alguns bugs e/ou funcionalidades principais, acelerar o desenvolvimento de alguns pontos e trocar ideias.
Esta data é passível de alterações, de acordo com a agenda dos principais desenvolvedores do Haiku. Segundo Humdinger, o período é propício também por ser ainda verão na Alemanha, propiciando os passeios na cidade antiga. Haiku também é cultura! ;)
Maiores informações podem ser encontradas aqui e aqui.
Enquanto isso, nosso Haikusiasta 001 continua agendado para agosto deste ano, sem data de realização e sem local definidos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Guia do Usuário Haiku - momentos finais da tradução

Chegamos a 87,5% da tradução do Guia do Usuário Haiku concluída. Faltam no momento 11 verbetes para concluir a tradução, sendo que a maior parte se encontra com metade do texto traduzido. Acreditamos que até o fim do mês de janeiro estaremos concluindo definitivamente a tradução, proporcionando mais uma fonte de informação para usuários, simpatizantes e Haikusiastas.
Permanecemos estimando o auxílio de todos neste processo de tradução, que é cansativo mas gratificante!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Uma introdução, pelo ponto de vista do programador, do Haiku OS

O desenvolvedor Andrew Hudson publicou no site OS News, em julho do ano retrasado, um artigo analisando o Haiku OS pelo ponto de vista dos programadores. Trata-se de material importante para todos aqueles que possuem um conhecimento básico de sistemas operacionais e de programação, especialmente em C/C++, bem como para todos aqueles que desejam contribuir com código, conhecer as entranhas do sistema, conhecer os seus diferenciais em relação a outros SOs ou apenas tem curiosidade sobre o assunto. Em inglês.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O Sistema Operacional mais intrigante de 1998, 15 anos depois: na prática com Haiku alpha 4

A Ars Technica publicou recentemente um artigo avaliando o Haiku R1 Alpha 4.1. Como de costume, estamos publicando esta tradução para apreciação de todos os Haikusiastas.

 

O Sistema Operacional mais intrigante de 1998, 15 anos depois: na prática com Haiku alpha 4

A nostalgia corre solta, mas o reinício do BeOS é mais do que uma diversão interessante?
por Jeremy Reimer - Jan 8 2013, 11:00am HB

Um SO do passado
Revivido e libertado pelo código aberto
Esperando para ser usado

Haiku não é apenas um curto poema japonês com uma estrutura definida – é também o nome de uma recriação em código aberto do BeOS, um sistema operacional alternativo originalmente desenvolvido em meados dos anos 1990. Foi a invenção de Jean-Louis Gassée, um excêntrico e entusiasmado gerente e cabeça da Apple França. Ele galgou seu caminho de executivo para tornar-se a cabeça de “desenvolvimento avançado de produtos e marketing mundial” antes de ser forçado a sair da companhia pelo então CEO John Sculley em 1990.
Intimorato, Gassée decidiu que criaria uma plataforma de computação completamente nova do zero, incluindo tanto hardware personalizado como um sistema operacional novo. Gassée estava seguindo as pegadas de Steve Jobs, que havia tentado a mesma coisa com o NeXT em 1985 quando ele foi afastado da Apple.
O BeBox foi lançado em outubro de 1995. Era uma fera curiosa, portando dois processadores PowerPC 603e 66MHz, uma “GeekPort” para anexar dispositivos eletrônicos personalizados, e “Blinkenlights” verticais, tiras de LED que exibiam a utilização da CPU. Apenas 1,8 mil BeBoxes foram vendidas no total antes da Be, Inc descontinuar a fabricação de todo o hardware e concentrar-se nas vendas do sistema operacional em si, inicialmente para Macintoshes PowerPC.
Em 1996, a Apple estava procurando por um novo sistema operacional para substituir seu fracassado projeto “Copland” e por enquanto o BeOS estava no topo da lista (esta lista incluía Windows NT e Solaris, nenhum dos quais especialmente apetitoso para os fãs da Apple). Enquanto negociava o preço de venda, Gassée, exibindo sua típica confiança bombástica, disse a um repórter que “nós temos a Apple pelas bolas e iremos apertar até machucar”. Alguém da Apple “pegou ar” com isso e ligou para um cara, que ligou para outro cara... que ligou para Steve Jobs na NeXT. O resto é história. “C'est la vie” (é a vida), disse Gassée, e mudou o foco do BeOS para os Pcs com base x86.
O BeOS alcançou seu auge de sucesso em 2000 quando a versão R5 foi lançada como um download grátis. Contudo, poucas pessoas atualizaram para a versão “Profissional” de US$ 99 e uma última tentativa para Be, Inc vendeu todos os seus ativos à Palm, Inc em novembro de 2001 por US$ 11 milhões.
A partir daí, uma companhia alemã, yellowTAB, lançou uma “nova” versão do BeOS chamada Zeta em 2005 (a qual eu analisei). Contudo, a companhia nunca confirmou se tinha ou não acesso ao código fonte do BeOS. A companhia descontinuou o Zeta em 2007, afirmando que as vendas falharam em cumprir as expectativas.
Com o status legal do código fonte do BeOS no limbo, sucedeu a um grupo de hackers de código aberto tentar recentemente manter o sonho do BeOS vivo. Seu projeto fi originalmente nomeado OpenBeOS, mas questões de marca registrada forçaram a uma mudança de nome. Haiku foi escolhido como uma evocação às antigas mensagens de erro do navegador Web embutido no BeOS, as quais eram apresentadas (apropriadamente) em forma de haicai. Hoje, o grupo Haiku tem em vista não apenas reconstruir aquele sistema operacional, mas também executar binários de aplicativos originalmente desenhados para o BeOS. Com a equipe recentemente lançando a versão R1/Alpha 4.1, a Ars decidiu pegar o SO para um test-drive. 
 

Instalação
O Haiku está disponível para download em um empacotamento de código fonte: um arquivo .iso que pode ser usado para queimar um DVD de inicialização live e instalação, e um arquivo binário .image que pode ser gravado diretamente em um dispositivo USB. O último é o método preferido para avaliar o Haiku. Ele pode rodar diretamente do dispositivo flash sem necessidade de instalá-lo no disco rígido do computador.
Copiar o arquivo .image para um pendrive pode ser feito com o comando 'dd' do Unix no Linux e no OS X, ou utilizando o programa gratuito ImageWriter em sistemas Windows. Uma vez que a imagem tenha sido copiada para o dispositivo USB, o computador imediatamente reclama que não pode ler o dispositivo. No caso do Windows, ele sempre oferece para formatá-lo. A razão que ele não lê o dispositivo é que ele é formatado com o sistema de arquivos BFS, nativo do BeOS. Que é algo que apenas o BeOS (e agora, o Haiku) sabe como ler.
Para iniciar o sistema operacional, simplesmente insira o pendrive numa porta USB e reinicie. Os computadores mais modernos podem ser configurados para inicializar a partir do USB pressionando a tecla 'Del' durante o processo de inicialização e então selecionando o pendrive manualmente no menu de ordem de inicialização.
O arquivo .image cria uma partição de aproximadamente 600MB para o Haiku, deixando o resto do dispositivo USB sem particionamento e vazio (o meu tinha capacidade de 2GB). Para futuros lançamentos, a equipe do Haiku deveria considerar seriamente aumentar o tamanho da partição, como a distribuição padrão preenche aqueles 600MB quase completamente, deixa poucos megabytes livres. O aplicativo gerenciador de partições embutido no Haiku permite que você particione, formate e monte o resto do espaço como outro dispositivo virtual, mas ele não pode redimensionar dinamicamente as partições. Isto se torna um problema quando em teste.

Hardware testado
Primeiro testei o pendrive Haiku em um computador mais antigo, um Core 2 Duo com 1.8 GHz e 2GB de RAM. Infelizmente, por qualquer razão, o computador entrou num loop de inicialização sem fim assim que começou a acessar o pendrive.
Em seguida, tentei inicializar de meu confiável MacBook (um velho modelo de 2008, o primeiro a vir com o corpo único de alumínio, com 4 GB de RAM). Tristemente, o dispositivo USB recusou-se a inicializar de todo jeito naquele hardware. Tentei inicializar a partir do Live DVD, alternativamente. Obtive até uma tela de boot, mas então o computador travou e recusou-se a seguir em frente.
O último computador em que tentei foi uma placa-mãe ASUS P5K-VM com um CPU Core 2 Quad Q6600 rodando a 2.4GHz e 8GB de RAM. Este é meu PC Media Center, conectado diretamente à minha televisão. Afortunadamente, o Haiku inicializou neste hardware sem qualquer problema. A inicialização foi muito rápida e tomou menos que 15 segundo para obter uma área de trabalho totalmente funcional. Por padrão, o sistema inicializou numa resolução de 1024x768. Infelizmente, não existe opção para alternar para uma resolução widescreen. Procurando nos foruns, encontrei que o sistema estava usando um driver padrão VESA e não estava ciente de minha placa gráfica. Tentei instalar um driver unificado NVIDIA para BeOS (muito) antiga. Ele pareceu instalar corretamente, mas o driver não foi carregado na reinicialização. De acordo com os foruns do Haiku, o sistema operacional irá suportar automaticamente quaisquer placas gráficas NVIDIA até a GeForce 7950, mas placas mais novas que esta (minha placa gráfica é uma delas), ao invés disso, são predefinidas para o driver VESA. O Haiku realiza toda a renderização 3D em modo software e não suporta aceleração 3D, então a falta de um driver não mudaria a funcionalidade completa do sistema operacional neste ponto.
O resto do hardware foi bem suportado: minha placa de rede, sistema de som e vários mouses USB e teclados sem fio, todos funcionaram automaticamente.

Em torno do SO
O sistema operacional Haiku é rápido e responsivo, como um BeOS trazido aos dias de hoje. O kernel é baseado no código aberto do NewOS, o qual é um kernel modular de 32 bits, preemptivo e multitarefa, escrito pelo ex-engenheiro do BeOS, Travis Geiselbrecht. A interface de usuário é um clone direto do BeOS. De fato, ele usa o gerenciador de arquivos e lançador de aplicativos OpenTracker, que a Be, Inc lançou como open source antes da dissolução da companhia. Com o coração e o rosto do sistema operacional rodando código originado no BeOS, o Haiku pode verdadeiramente ser chamado sucessor daquele sistema operacional.
O gerenciador de arquivos Rastreador não tem sido atualizado desde a época do BeOS. Ele abre uma nova janela para cada pasta e cada janela pode ser vista tanto em formato de ícone ou lista. Diferente do Zeta, esta habilidade ainda existe para deslocar a guia amarela de título para trás e para frente no topo da janela utilizando a tecla Shift, permitindo uma espécie de navegação de diretórios múltiplos por guias, localmente. Como acontece com o MacOS clássico, o Haiku lembra o tamanho, posição e estado de cada janela mesmo após uma reinicialização.
O sistema de arquivos, como mencionado anteriormente, é o BFS, que significa Be File System. É um sistema de arquivos moderno, de 64 bits, com journaling e suporte para metadados extensíveis construídos diretamente na interface de usuário do Rastreador. Isto permite ao usuário, por exemplo, adicionar dados em arquivos de música tais como artista e álbum e ordenar por esses termos sem utilizar um aplicativo de terceiros como o iTunes.

Aplicativos
Aplicativos e Preferências são acessados ao clicar o ícone da grande pena azul no topo do Rastreador, o qual também ser como uma barra de tarefas vertical. Clicar na guia de qualquer aplicativo traz em evidência uma lista de janelas associadas com aquele aplicativo.
O Haiku vem com uma quantidade de aplicativos e demonstrações pré-instalados. Existem os acessórios usuais como calculadoras, um editor de ícones, editores de texto, um gravador de som, um gerenciador de contatos chamado Pessoas, um programa de correio eletrônico chamado Correio, vários tocadores de mídia e um visualizador de PDF chamado BePDF. Existe também um aplicativo chamado TV que supostamente é para ser um visualizador para TV análoga, um estilo de televisão que já não existe mais. Ele simplesmente exibe um padrão de teste.
A maioria destes aplicativos estão no mesmo nível do Bloco de Notas e da Calculadora encontrados no Windows - pequenos utilitários que são úteis para começar, mas que você não gostaria de usar no dia a dia. Acredita-se que o Haiku suporte aplicativos BeOS nativos compilados na plataforma x86 diretamente, então eu fui ao BeBits.com, onde antigamente a maioria dos autores BeOS listavam seus aplicativos.
Infelizmente, a maioria dos links de download no BeBits direcionam para as páginas pessoais dos autores e a maioria delas não mais existem. Eu resolvi procurar um aplicativo que ainda existe, um programa de planilha chamado Sum-It. Fui capaz de baixar, instalar e rodá-lo sem problemas.
Mas ainda que você consiga baixá-los, nem todos os aplicativos BeOS funcionam sem problemas. Eu encontrei um porte do AbiWord que não carregou de modo algum. E a principal estrela dos aplicativos BeOS, uma suíte office chamada GoBe Productive, falhou no meio da instalação. De acordo com os foruns do Haiku, se você copiar sobre os arquivos instalados a partir de uma velha cópia do Zeta, ele irá funcionar. Mas eu não tenho mais uma cópia do Zeta por perto, e eu a analisei! Como o GoBe Productive era (e é) um aplicativo de código fechado, não é sempre tão fácil corrigir essas coisas.
O cenário de aplicativos para BeOS, afinal, nunca foi bem povoado, e os aplicativos daquela época tem um indefectível gosto anos 90. Por um curto momento na história o BeOS encontrou algum sucesso no nicho de software para música e aplicativos MIDI, então entusiastas de áudio devem ter algum interesse em rodar estes aplicativos. Mas para muitos aplicativos de produtividade de uso geral, o mundo se moveu para um ambiente de hospedagem baseado na Web. Por conseguinte, qualquer sistema operacional de nicho hoje precisa vir com um bom navegador Web.

Navegando a Web
Quando eu analisei o Zeta em 2005, ele veio com navegador Web embutido do BeOS, o NetPositive. Na época, era horrivelmente desatualizado e basicamente inútil para navegação Web (ele não entendia uma simples linha de CSS, de tão ruim que era!). Felizmente, existia um porte do Firefox 2 chamado BeZilla que funcionou razoavelmente com a Web naquele momento.
Após sete anos, as posições curiosamente reverteram: BeZilla ainda é um porte do Firefox 2 e muitos sítios web (incluindo o Ars Technica) se apresentam terríveis e defeituosos quando renderizados neste navegador. Contudo, a equipe do Haiku incluiu um navegador chamado WebPositive que parece ter um build recente do WebKit como seu core. Ele lida com a navegação até em sítios web avançados com facilidade.
Embora o WebPositive não ganhe nenhuma prova de velocidade, ele funcionou muito bem com todos os sítios web que coloquei nele. A página principal do Ars Technica montou corretamente e funcionou bem, mas uns poucos sítios tiveram alguns problemas menores. Quando acessei a interface baseada em Web do Dropbox, alguns dos botões (tais como o botão "Browse" ao enviar arquivos) estavam sem texto. Apareceram também curiosos retângulos negros se esgueirando ao redor das miniaturas de imagens. Ainda assim, fui capaz de usar o sítio sem quaisquer problemas.
Eu testei o Google Docs e, para minha surpresa, o sítio funcionou perfeitamente, ainda que um pouco mais lentamente do que estou acostumado. Iniciei uma nova planilha e fui capaz de editar, adicionar fórmulas e alterar fontes sem problemas. Dada a extrema antiguidade dos aplicativos de produtividade nativos como GoBe Productive, usar o Google Docs pode ser realmente uma escolha melhor em termos de funcionalidades.
Uma grande falha na navegação Web no Haiku é a ausência do Flash. Quando fui a um sítio com conteúdo de vídeo em Flash, o WebPositive mostrou apenas um retângulo preto. O navegador em si não suporta plugins, e ele não pode entender vídeo nem áudio em HTML5. Isto cria uma grande lacuna (tentativa de trocadilho) na experiência de navegação Web.
Aparentemente existe um porte de um tocador Flash isolado chamado Gnash, mais minhas tentativas de instalá-lo foram sem sucesso, já que as bibliotecas requeridas não cabiam no espaço livre disponível na partição de 600 MB da instalação do Haiku. O tocador não funciona como um plugin nem no WebPositive nem no BeZilla, então ele apenas funcionaria se eu localizasse e baixasse o apropriado arquivo .swf. O que não é exatamente possível na maioria dos sítios de vídeo.

"To BeOS or not to BeOS?"
Antes de tecer as conclusões sobre o Haiku e para quê seu sistema operacional em código aberto pode ser útil, vamos dar um passo atrás e falar sobre que problemas o BeOS originalmente pretendia resolver.
De alguma forma, o BeOS estava à frente do seu tempo. Os arquitetos do hardware e do sistema operacional previram o futuro (aquele que vivemos hoje) onde um simples processador não mais poderia ser construído para rodar mais rápido por si mesmo. Ao invés disso, processadores múltiplos teriam que rodar em paralelo de maneira a agregar performance.
Os softwares de computadores pessoais tem sido tradicionalmente single-threaded por razões muito boas: dividir a execução da tarefa em múltiplos threads é muito mais difícil e inclinado a erros. Para algumas tarefas, como renderização em 3D, é uma coisa fácil e natural dividir a computação (e de fato placas de vídeo modernas funcionam numa natureza massivamente paralela para gerar mais e mais triângulos texturizados na tela em maior velocidade). Mas por muitos problemas, isto não é fácil. E se uma parte do cálculo depende de uma parte anterior sendo completada, mas dois processadores estão rodando ambas as partes ao mesmo tempo? E se um processador muda um bit de memória para zero ao mesmo tempo que outro processado está alterando-o para um? Estas questões, que possuem nomes como deadlocks e race conditions, podem enloquecer os programadores quando tentam debugar seus softwares.
O BeOS tenta resolver este problema forçando todos os softwares a serem multithread por padrão. A interface de programação de aplicativos (API) do BeOS utilizou algo chamado "multithreading pervasivo". Toda interação que o programador tem com a GUI - tal como gerar uma nova janela - abre uma nova thread, e threads seriam distribuídas igualmente para todos os processadores. Esta decisão foi simultaneamente louvada por fazer a interface de usuário do BeOS parecer mais responsivo e vívido que os sistemas operacionais concorrentes, mas ele era também escarnecido por deixar reduzir a estabilidade como aplicativos poderiam frequentemente ficarem confusos e travar.
Mais recentemente, companhias como a Apple tem tentado resolver alguns dos mais espinhosos problemas com multithreading criando bibliotecas como o Grand Central Dispatch, o qual gerencia multiplas threads e automaticamente calcula o número ótimo de threads a criar para qualquer tarefa que possa ser paralelizada. Companhias de jogos como a Valve também criaram bibliotecas de desenvolvimento multicore que torna mais fácil para desenvolvedores pouco experientes utilizar multiplas threads. Estas soluções são provavelmente uma melhor maneira de lidar com programação multithread do que a abordagem do BeOS, mas eles tinham o benefício de muito mais anos de trabalho de desenvolvedores neste problema difícil.
Além da questão do multithreading pervasivo, as outras motivações iniciais para criar o BeOS foram entregar um sistema operacional leve e livre de legado que rodaria utilizando recursos mínimos. Este tipo de coisa tem sido tentada muitas vezes ao longo dos anos. Como qualquer programador dirá a você, é sempre mais divertido começar do zero do que trabalhar numa base de código legado. O BeOS era sempre muito menor e muito rápido, mas ganhou esta habilidade sacrificando funcionalidades. Começar do zero significa que a base do seu aplicativo também começa do zero e a biblioteca de terceiros do BeOS nunca vai ao ponto onde deveria preencher as necessidades computacionais da maioria das pessoas.
Hoje, 11 anos após a Be, Inc fechar as portas, alguém poderia perguntar: qual é o ponto do Haiku? O colapso da Be e mais tarde da yellowTAB mostrou que o sistema operacional nunca iria ganhar dinheiro suficiente para sustentar uma empresa, mas software de código aberto não sofre de tais limitações. Os desenvolvedores podem trabalhar nele como um hobby pelo tempo que desejarem, sem se preocupar sobre se será ou não um sucesso comercial. Isto muda a resposta significativamente. O propósito do Haiku é que bastante gente gosta do BeOS para querer continuar usando-o em hardware moderno. O fato pelo qual o Haiku existe hoje em uma razoavemente útil forma alfa é prova disso.
A parte da satisfação de um pequeno grupo de teimosos do BeOS, contudo, quem mais poderia achar o Haiku útil? Esta questão é um pouco mais difícil de responder. O sistema operacional é rápido, sim, mas hardware moderno é tão ridiculamente poderoso que isto não é mais uma vantagem como já foi. Uma área que pode ser vantajosa é na nova geração de computadores em uma placa extremamente baratos como o Raspberry Pi. Atualmente, não existe um porte ARM do Haiku para rodar estes dispositivos, mas alguns desenvolvedores estão trabalhando nisso.
Afinal, o Haiku pode não ser muito mais do que uma diversão interessante, algo para brincar numa peça guardada de hardware em uma tarde chuvosa apenas para um pouco de diversão. Mas, mesmo que não passe disso, ainda vale a pena conferir o Haiku.

Fonte (em inglês):
http://arstechnica.com/gadgets/2013/01/not-quite-poetry-in-motion-ars-reviews-the-haiku-alpha-4-os/

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Haiku.org precisa de desenvolvedores Web voluntários

Os administradores do site principal do Haiku estão procurando desenvolvedores Web voluntários para ajudar na implementação de novidades nos sites oficiais do Haiku - Tracker, HIT, etc.
Para tanto, os candidatos precisam conhecer pelo menos uma das seguintes ferramentas e linguagens:
  • Python
  • PHP
  • Drupal
  • Django
Maiores informações sobre o assunto (em inglês) aqui.
Para participar, é só subscrever a lista Haiku-web e informar sua pretensão.
Fonte: http://www.haiku-os.org/node/4993

Haiku agora possui Debugger gráfico padrão

Segundo notícia postada pelo Niels, o mantenedor Rene Golent tornou o Debugger nativo do Haiku como padrão para o sistema. Assim, quando um aplicativo "der pau", existe a opção de "debugar" o mesmo a partir da janela de alerta de erro, abrindo assim o frontend do Debugger.
Na verdade, essa opção já existia, só que abria o gbd em linha de comando, o que não era nada amigável. Também fica disponível um gerador de relatório, para a necessidade do usuário enviar as mensagens de erro para algum dos desenvolvedores.